ROBERTO REMIZ TEIXEIRA FILHO
O Início
Com um dom de nascença,
estuda desenho e pintura ainda jovem na antiga Escola de Artes Colméia de
Pintores da Guanabara na Quinta da Boa Vista no Rio de Janeiro. Em meados dos
anos 70, tendo como referência as capas dos discos de vinil da época, evolui
seu desenho a grafiti e ilustra usando caneta bic, goache, ecoline e aquarela.
A necessidade do trabalho profissional o leva
a uma indústria de moda onde tem o primeiro contato com a serigrafia. Recebia
os layouts coloridos pré-concebidos na América e fazia as seleções de cores
para as gravações das matrizes. Eram estampas com quantidade de cores incomum,
de 6 a 10 e sem os processos fotográficos e digitais de hoje, as aplicações de
retículas e tons sobre tons eram realizadas todas manualmente sobre papel
vegetal e depois polyester.
No final dos anos 90
com a inserção da computação gráfica, inicia seus estudos nessa área. Três anos
se passaram para conseguir migrar dos pincéis e lápis para o mouse do
Macintosh, aprimorando uma técnica de mouse que até hoje domina graças ao
conhecimento de aerografia adquirido nos anos 90 com o pintor e amigo Carlos
Passos.
“O que é arte para mim pode
não ser arte para outro, a força de expressão de um artista não depende da
quantidade ou qualidade dos recursos que ele tenha, afinal de contas os homens
das cavernas com sua arte primitiva demonstraram clara e significativamente
toda a sua história com traços simples. A liberdade para criar deve ser um
colaborador e jamais um limitador”.
“Acredito quando um
artista digital volta seus estudos no tempo para formar suas bases de
conhecimento, ampara-se nas experiências vividas pelos velhos mestres, ai, encontra
a riqueza e o sentido daqueles que fizeram do pigmento uma história única.
Artistas como Van Gogh, Caravaggio, Klint ou até mesmo os mais
recentes modernistas como Warhol e Jasper Johns, são sementes do que somos. Todo fundamento das ferramentas
digitais de hoje, tem seu porque baseado na lógica de suas obras. Eu diria que não existiria a texturização de Michael
Yaz sem Caravaggio ou Renbrandt, impossivel a destreza de Jeremy Sutton no
Painter sem a arte evolutiva de Van Gogh. Por isso me apoio na teoria de que a
arte digital ainda uma recém-nascida, tem uma longa trajetória até o seu
reconhecimento assim como trilharam outras manifestações artísticas”.
Evolução
“Com o passar dos anos, senti
acentuada minha preferência por cores sujas e sombrias. Isso de certa forma é
um problema em se tratando de pintura digital, porque se não bem colocadas,
tornam-se estranhas e incômodas ao olhar do expectador que diariamente é
bombardeado por uma profusão de informações visuais cada vez mais agressivas. Lendo
sobre teoria da cor, acabei por iniciar uma pesquisa sobre ambientação; o
comportamento de uma pintura dirigida e vinculada a determinado ambiente. E é
nisso que tenho me focado, uma busca ao fundo do pensamento dos designers de
interiores, arquitetos e decoradores. Acho que é por aí o caminho do sucesso
daqueles que pintam voltados à decoração. Antigamente a arte sobrepujava o
ambiente, era imposta, hoje tenho a impressão de que tem de ser harmônica.
Artistas são
egocêntricos e seu pensamento é que sua obra já diz tudo por si, não levando em
conta a receptividade de quem consome arte. Digo então, qualquer pintura por
mais exímia, não tem valor algum se estiver fora do contexto do ambiente a que
foi destinada. Apenas museus e galerias são feitos para a finalidade de expor
conceitos”.
CRONOLOGIA
1956 - Nascido em 09 de agosto, Rio de Janeiro RJ.
1966 - Primeiro curso de desenho
1969 - Primeira incursão profissional na indústria gráfica
e tipografia.
1970 - Primeiro contato com a serigráfia e artefinalização.
1973 - Estuda pintura na Colmeia dos Pintores da Guanabara
na Quinta da Boa
Vista - RJ.
1976 - Estuda Letras e Cartazes no Senac RJ.
1978 - Em Brasília tem contato com o desenho de cartografia
por curto
período, retornando ao Rio.
1980 - Muda-se em definitivo para Belo Horizonte dedicando-se
a área de moda;
etiquetas e ilustrações.
1988 - Abre um escritorio de
criação e design, pinta a primeira
série
representativa à goache.
1993 - Primeira coletiva Belorizontina ao lado de talentos como
Simeão Neto, D’Alcântara, Carlos Araujo
e Eloisa Pena.
1994 - Coletiva I no Projeto Matriz em Conceição do Mato Dentro,
pop art em goache
sobre cartão.
1996 - Coletiva II no Projeto Matriz em Conceição do Mato Dentro,
pop art em goache
e acrílica sobre cartão.
1997 - Convívio com o
artista Carlos Passos desperta estudos
sobre aerografia e o interesse pela Pop Art de
Wandy Warhol.
1998 - Início de pesquisas que culminam na adaptação de todas as
técnicas assimiladas
convergindo para a Pintura Digital.
2000 - Pesquisa das cores e formas do surrealismo de Dali
2005 - Mergulho de vez no universo Digital para pintar longa série
usando os
brushes do Photoshop.
2008 – Dedica-se mais a ilustração buscando o perfeccionismo no digital
2009 – Série de gravuras com exposição na Kat Griffe de Flores em BH,
começa a abandonar
o Hipper realismo e preocupar-se com texturização.
2010 – Pinta série explorando cada vez mais as texturas e cores
intermediárias
Exposição de
Giclêes no Rio Artmosfera Fundição Progresso.
2011 – Exposição de Giclêes no Rio Artmosfera Casa Mango Mango
visitas cada vez
mais constantes a formas orgânicas.
2011 – Exposição Artes Virtuais Araruama Rio
2011 – Exposição de Giclêes no Rio Artmosfera ArtHostel Rio
2012 – Exposição de Giclêes no Rio Artmosfera ArtHostel Rio
2013 / 2015 – Desenvolvimento
de texturização e impressão de giclées
2015 – Mostra Digital Art na Feira Balaio de Gato BH.