sexta-feira, 1 de março de 2013

Entrevista do livro O CICLO DA VIDA


Francisco Elíude P. Galvão, natural do Rio Grande do Norte.em: 10/01/53, reside atualmente em São Vicente(SP) tive uma infância boa,logo cedo ingressei no Seminário Redentorista “Santos Anjos”na cidade de Campina Grande (PB),aonde permaneci por três anos e depois mais um no Colégio Seráfico,Santo Antonio, na cidade de Lagoa Seca (PB), ambos em Colégio de Educação Religiosa,, aonde pude obter uma ótima formação,naquela época eu já ajudava meu pai muito cedo, quando a educação era muito rígida e em certa ocasião eu desejei estudar, quando vi sozinho que a maior riqueza que eu poderia armazenar pra todo o meu futuro, era exatamente uma boa educação. O dia a dia no seminário era mais ou menos assim. As 6 da manha acordávamos, em 5 minutos higiene matinal,dez minutos de oração, trinta minutos para o café da manhã, meia hora de pausa e depois aulas até onze e e quarenta e cinco almoço,e recreio de meia hora e depois, sala de estudo até duas e meia,depois, meia hora de tarefas diversas e uma hora e meia de esportes,fiquei de 1966 a dezembro de 1968, mesmo estudando em regime de internato e diante de uma educação religiosa,...acho que amadureci muito cedo também, sem perder o foco de uma infância normal,o mundo, naquela época passava por muitas transformações e as notícias não podiam entrar normalmente ou de maneira alguma no interior do colégio, a não ser seletas coisas exteriores e só tinha acesso durante as férias escolares. Até as cartas que escrevíamos para os nossos pais ou as que recebíamos deles, eram abertas e lidas pelos padres lembro-me que uma vez ganhei um livro de poesias de augusto dos anjos (eu e minhas poesias), do meu pai, e o livro foi "confiscado" pelo diretor e só o recebi de volta quando saí definitivamente de lá era bem rigoroso sim,a princípio eu pensava que poderia seguir o sacerdócio, mas aos poucos fui vendo que minha vocação não era bem aquela... Confesso que eu era um péssimo aluno nessa matéria, eu não seria um bom padre eu fugia de vez em quando, com a desculpa de visitar uma tia que morava naquela cidade e ia namorar, Eu tinha uma namorada que morava em Olinda e vinha de férias para a cidade onde eu morava,era um amor pra nenhum "William" comparar com Romeu e Julieta.Era platônico demais,mas a família dela não permitia por eu ser seminarista.Hoje ela é médica e casada. Mas ainda me inspira em algumas poesias. Mas no meu caso, meu pai podia pagar sim e foi duro convencê-lo neste sentido ,consegui,fiquei lá porque via o nível de educação e aprendizado que eu sabia ser muito bom para minha formação. Depois que saí do seminário, fui morar em Natal,arrumei meu primeiro emprego no comercio,depois encontrei coisas melhores até que entrei numa empresa de serviços fiduciários, e daí decolei para coisas melhores até que ingressei em bancos...estudei num dos melhores colégios estaduais da época(Colégio Estadual "Winston Churchill" onde cursei o científico,Me casei em 1980, e tenho duas filhas, ambas professoras formadas na Unisanta...lecionei por três anos e meio em Colégio da rede Estadual no Rio Grande do Norte a convite da Delegacia Regional de Ensino, mesmo seu ter curso Universitário e dei conta do recado ,comecei interagir na literatura quando desde muito cedo eu já escrevia algumas coisinhas. gostava de escrever poesias e mandar para as meninas e com isso, já começava em meio namoro mas falando sério mesmo, só em 1981 comecei a mostrar meus escritos a pessoas que realmente se interessavam e criticam ou encorajavam-me a continuar escrevendo,publiquei minha primeira poesia numa revista que hoje não mais existe; participei de um encontro cultural ocorrido lá. mas somente aqui é que deslanchou mesmo... *minha primeira oportunidade foi quando conheci a então presidente da academia de letras daqui, e vendo em minhas mãos um caderno com alguns escritos, logo me convidou para participar do meu "Primeiro Mapa Cultural Paulista", depois com menos de um mês participei do primeiro concurso de Crônicas e Poesias da Academia aqui e daí, não parei mais,tudo bem. foi isso o que pensei ser de alguma utilidade. preocupo-me bastante com a nossa juventude, diante dos descaminhos, dos comportamentos desencontrados, sem nenhuma perspectiva de futuro...
 Dou graças a deus por ter-me dado o privilégio e a sorte de ter educado bem as minhas filhas e acompanhar mesmo hoje o crescimento e a educação das minhas netas.
Quando jovem, fiz de tudo para não depender dos meus pais financeiramente aprendi também como tratar e ter paciência com as pessoas, aprendendo a ler nos olhos e nos músculos da face suas emoções mais profundas...
Francisco Eliude P.Galvao.